O meu filho está a vomitar. E agora?

Os vómitos são um sintoma muito frequente nas idades pediátricas e um motivo comum de preocupação por parte dos pais. Mas não desespere: estamos aqui para o ajudar.

O vómito consiste na expulsão de conteúdo gastrointestinal através da boca com contração dos músculos abdominais. Pode acompanhar-se de dor de barriga, diarreia, febre e em alguns casos, podem surgir pontos avermelhados na face que resultam do esforço feito para vomitar. Estes pontos não são motivo de preocupação, desde que não apareçam em mais nenhum outro local do corpo.
Habitualmente, os vómitos são autolimitados. Contudo, é fundamental perceber quais são os sinais de alarme e o que deve fazer para prevenir possíveis complicações.

O que devo fazer quando o meu filho vomitar?

Os vómitos constituem uma das principais causas de desidratação na criança sobretudo quando são acompanhados de diarreia. Desta forma, a reposição de líquidos perdidos pelo organismo torna-se fundamental.Depois de um episódio de vómito, deverá ser feita uma pausa alimentar de cerca de meia hora, durante a qual não deverá ser dado à criança nada para beber ou comer.

Após este período, para compensar as perdas de líquidos, deve iniciar-se lentamente a hidratação oral:

  • Oferecer pequenas quantidades (uma colher de chá) de líquidos à temperatura ambiente de 5 em 5 minutos durante 1 hora. Pode optar por água, chá açucarado ou solução de reidratação oral à venda em qualquer farmácia;
  • Se a criança tolerar e não voltar a vomitar em 2-3 horas, pode aumentar progressivamente a quantidade de líquidos.
  • Quando a criança tolerar bem os líquidos, pode oferecer gradualmente refeições pequenas e leves:
  • Optar por maçã/pêra cozida ou assada, bolachas de água e sal, tostas, torradas, sopa sem gordura, entre outros;
  • Procurar respeitar os gostos da criança;
  • Optar por cozidos e grelhados, evitando gorduras ou alimentos com muito açúcar;
  • Aumentar lentamente a quantidade de líquidos a oferecer entre as refeições;
  • Não interromper a amamentação.

Se o seu filho estiver sem vomitar há 24 horas pode, gradualmente, voltar à sua alimentação normal. Uma estratégia também eficaz é tentar que a criança durma algumas horas pois o sono promove o esvaziamento do estômago contribuindo, desta forma, para o desaparecimento da necessidade de vomitar.
Nas crianças, de uma forma geral, não está indicada a utilização de antieméticos (medicamentos para parar os vómitos) fora do ambiente hospitalar, salvo exceção de indicação médica.
As crianças com vómitos por infeções intestinais podem contagiar outros. Assim sendo, é fundamental evitar o contacto com outras crianças bem como privilegiar a higiene das mãos, tanto da criança como do seu cuidador.

Quando devo procurar ajuda médica?

O seu filho deve ser observado por um médico assistente quando:

  • Apresentar mau estado geral, prostração, sonolência, irritabilidade ou desorientação;
  • Não se mexer ou não conseguir estar de pé;
  • Apresentar dor abdominal intensa;
  • Não tolerar hidratação oral, mantendo vómitos persistentes;
  • Recusar hidratação oral;
  • Apresentar sintomas de desidratação: boca e língua secas, choro sem lágrimas, olhos encovados, diminuição da quantidade de urina e depressão da fontanela (“moleirinha afundada”);
  • Apresentar febre elevada;
  • Vómito castanho, verde ou com sangue;
  • Apresentar dor de cabeça, manchas no corpo e/ou alteração do estado de consciência;
  • Tiver idade inferior a três meses e vomitar duas ou mais vezes;

Os vómitos são um sintoma bastante comum na criança.

Cumprindo a pausa alimentar e a hidratação fracionada habitualmente se resolvem, sem necessidade de consultar o médico.

Contudo, é fundamentar estar atento aos sinais de alarme que indicam que deverá necessitar de ajuda médica.


FONTE:
Direção Geral da Saúde: Urgências no Ambulatório em Idade Pediátrica.

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