Atividade Física e Saúde

A inatividade física permanece um dos maiores problemas de saúde pública. O Fisioterapeuta Sérgio Neto do Hospital de São Francisco do Porto explica como adotar um estilo de vida mais saudável.

A atividade física (AF) é descrita pela World Health Organisation como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos que requer gasto de energia.

O exercício é um subgrupo da AF onde a atividade é planeada, estruturada, repetitiva e visa melhorar ou manter um ou mais componentes da capacidade física.
O impacto da inatividade física (IF) na saúde tem sido amplamente documentado, o qual permanece um dos maiores problemas de saúde pública do século XXI e a quarta maior causa de morte em todo o mundo. A estatística prevê que o resultado da diminuição em 25% da inatividade física possa conduzir ao evitamento de 1,3 milhões de mortes anualmente.

Exercício Clínico – dos 0 aos 100+

De acordo com a Confederação Mundial da Fisioterapia (WCPT), a Fisioterapia é o serviço prestado por fisioterapeutas a indivíduos com o intuito de desenvolver, manter e restaurar ao máximo, o movimento e a capacidade funcional ao longo da vida. Aplica-se num complexo de conjeturas, nas quais o movimento e a função são ameaçados pelo envelhecimento, lesões, dor, doenças, distúrbios, condições ou fatores ambientais e assente na compreensão de que o movimento funcional é fulcral para o que significa ser saudável.
A Fisioterapia envolve a cooperação multidisciplinar entre o fisioterapeuta, outros profissionais de saúde, utentes e os seus contextos proximais. Nesta técnica, o potencial de movimento é monitorizado e os objetivos são acordados, com recurso a procedimentos específicos. Cabe ao fisioterapeuta otimizar a qualidade de vida e o potencial de movimento, através da promoção, prevenção, tratamento/intervenção, habilitação e reabilitação envolvendo essas áreas o bem-estar físico, psicológico, emocional e social.
São mais de 20 as doenças e condições relacionadas com a saúde para as quais existe evidência científica de um papel positivo da atividade física regular. Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS) a atividade física potencia a redução da taxa de mortalidade por doença coronária, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), síndrome metabólico, diabetes tipo II, cancro da mama e colorretal, depressão e quedas. Há ainda evidência forte para um efeito positivo na capacidade cardiorrespiratória e muscular, no peso e composição corporal, na saúde óssea, na funcionalidade e autonomia física e na função cognitiva.

Infelizmente, estima-se que 80% da população portuguesa não cumpre o tempo de atividade física (sobretudo exercício físico e desporto) recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O valor da inatividade física é preocupante:
– Em crianças entre os 10-11 anos: 64%
– Em jovens com 16-17 anos: 95%

No entanto, A AF não precisa ser extenuante para ser eficaz, como este infográfico demonstra:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um mínimo de 30 minutos de exercício de intensidade moderada em pelo menos 5 dias por semana. O conjunto de 150 minutos por semana é o suficiente para trazer benefícios significativos para a saúde. A prescrição do exercício físico pode ser efetuada pelos fisioterapeutas em contexto da prática da fisioterapia, nomeadamente, enquanto ferramenta de prevenção e reabilitação de diversas condições clínicas.
A análise do número de vezes que alguém passa da posição sentada para de pé pode indicar o quão fisicamente ativa é. Neste sentido, 45 repetições configuram um indicador de estilo de vida saudável.
Os fisioterapeutas enquadram-se no grupo de profissionais de saúde com a missão de assegurar oportunidades de promoção da saúde e prevenção da doença, com recurso à avaliação clínica individual.

Sérgio Neto
Fisioterapeuta do Hospital de São Francisco do Porto

Leave a reply