Malária: Um Desafio Global no Dia Mundial de Combate à Doença

No dia 25 de Abril de cada ano é assinalado o dia mundial de combate à Malária, manifestando a necessidade do investimento contínuo e do compromisso político e científico sustentado para a prevenção e controle desta enfermidade.

Os locais de maior risco de contaminação incluem as regiões tropicais e subtropicais da América do Sul, América Central, África e Ásia.
Endémica em Portugal até a metade do século XX, quando foi erradicado o vetor, mantem-se esporádica com casos relacionados a migração, turismo e relações comerciais, nomeadamente, com os países de língua oficial Portuguesa.
Também conhecida com Paludismo é causada pelo protozoário do género Plasmodium e transportado pelo mosquito Anopheles, que ao picar um indivíduo, inocula o parasita na corrente sanguínea. Uma vez no organismo, multiplicam-se no fígado, infetando os glóbulos vermelhos do sangue. O contágio entre pessoas é raro e relacionado a compartilhamento de seringas ou agulhas infectadas, transfusões mal controladas e durante o parto.
Os sintomas mais comuns são fadiga extrema, náuseas, vómitos, cefaleias, dor abdominal, mialgias, febre alta e intermitente, associado a calafrios e sudorese. O período de incubação (o tempo entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) varia entre 7 e 30 dias, podendo ser mais longo.
O diagnóstico é feito através da observação ao microscópio de uma gota de sangue, para visualização direta do micro-organismo. Recorrendo também a uma pequena colheita de sangue, existem testes rápidos que detetam mais indiretamente a presença do parasita.
A profilaxia e o tratamento são realizados com medicamentos antimaláricos com o objetivo de impedir o desenvolvimento do parasita e são escolhidos com base na gravidade da doença, na espécie do protozoário e nas características do paciente.
A cura é possível quando o tratamento é iniciado rapidamente. Nas situações em que o tratamento é tardio ou inexistente o paciente pode desenvolver anemia, hemorragias, complicações no fígado, pulmões, rins, cérebro e até mesmo óbito.
Há disponível uma vacina para prevenir a doença e reduzir a gravidade dos casos, entretanto não substitui outras medidas preventivas, como o uso de repelentes e proteção contra picadas de mosquitos. A malária não confere imunidade prolongada, sendo possível contrair esta doença várias vezes ao longo da vida.
Se tiver febre e estadia recente num país endémico de malária deverá procurar unidade de saúde ou orientação médica com urgência.
A malária continua sendo um desafio global, especialmente na região africana, que é responsável por mais de 90% dos novos casos confirmados. É fundamental mobilizar recursos e estimular as comunidades a combater esta cruel moléstia.

 

Artigo da autoria do Dr. Frederico Salomão.

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