O Dia Mundial do Lúpus é celebrado dia 10 de maio (desde 2004)

Esta data tem como objetivo sensibilizar para a doença, o seu impacto na população mundial e tentar melhorar o seu diagnóstico, incentivar a investigação científica nesta área para que a doença se torne mais conhecida e o tratamento melhorado (e descoberta de eventual cura).

O Lúpus é uma doença autoimune em que o próprio organismo forma anticorpos contra as suas células, o que significa que o nosso sistema de defesa ataca os próprios tecidos, órgãos e células saudáveis do organismo.
Afeta em 90% o sexo feminino, sendo mais frequente entre os 20 e os 50 anos (sendo mais raro noutras faixas etárias).
É uma doença muito complexa que atinge vários órgãos e sistemas
Os sintomas podem ser: febre, fadiga, sensibilidade acrescida á luz, manchas vermelhas na pele (em particular na região malar com a forma de asas de borboleta que deu origem ao símbolo do lúpus- uma borboleta), dor ou inflamação nas articulações. Quando a doença é mais sistémica e começa a afetar os órgãos podemos ter atingimento cardíaco, pulmonar, renal, do sistema nervoso central, tornando a doença mais complexa ainda.
São reconhecidos quatro tipos principais de lúpus:
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é responsável por aproximadamente 70% de todos os casos de lúpus. Em aproximadamente metade deles, um órgão ou tecido importante do corpo, como coração, pulmões, rins ou cérebro, será afetado.
O lúpus cutâneo é responsável por aproximadamente 10% de todos os casos. Manifesta-se apenas com manchas na pele, geralmente avermelhadas e principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar, como rosto, orelhas, colo (“V” do decote) e nos braços.
O lúpus induzido por medicamentos, responsável por cerca de 10% dos casos, é causado por altas doses de certos medicamentos. Os sintomas são semelhantes aos do lúpus sistêmico e geralmente diminuem quando o uso da substância que o provocou é interrompido.
O lúpus neonatal é uma condição rara em que os anticorpos da mãe afetam o feto. Ao nascer, o bebê pode apresentar erupção cutânea, problemas hepáticos ou contagem baixa de células sanguíneas, mas esses sintomas geralmente desaparecem completamente após seis meses, sem sequelas.
O diagnóstico é complexo e envolve diversos fatores, sendo feito principalmente pelos sintomas e por exames laboratoriais (incluindo anticorpos antinucleares e anticorpos anti-dsDNA que são os mais frequentemente positivos). Os Colégios de Reumatologia Americano e Europeu estabeleceram tabelas de critérios que ajudam os clínicos a fazer o diagnóstico.
Embora o Lúpus não tenha cura, existem alguns tratamentos, que ajudam a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida destes doentes, podendo ser indicado o uso de anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores (em particular em formas graves). O objetivo do tratamento do Lúpus é a proteção de órgãos vitais e da manutenção da doença inativa, de forma a manter a qualidade de vida dos pacientes.
Para além dos medicamentos o exercício físico, repouso adequado, dieta, evitar exposição solar e o stress são também medidas adicionais a ter em conta.
Portanto é uma doença rara, por vezes difícil de diagnosticar e com muito impacto na qualidade de vida dos doentes e como tal uma patologia que merece toda a nossa atenção.

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