A cirurgia bariátrica, é um procedimento cirúrgico indicado principalmente para o tratamento da obesidade mórbida (obesidade grave), especialmente quando outras tentativas de emagrecimento (como dieta, exercícios e medicamentos) não foram eficazes.

Objetivo principal:
Reduzir o peso corporal e melhorar ou resolver condições de saúde associadas à obesidade, como:

• Diabetes tipo 2
• Hipertensão arterial
• Apneia do sono
• Dislipidemia (colesterol e triglicerídeos altos)
• Problemas ortopédicos, entre outros.

Em que consiste a cirurgia:
A cirurgia bariátrica modifica o sistema digestivo para limitar a quantidade de alimento que a pessoa pode ingerir ou absorver. Existem diferentes técnicas cirúrgicas, e as mais comuns são:

1. Bypass gástrico:

• Cria-se um pequeno reservatório no estômago (menor capacidade de armazenamento).
• A passagem de alimento pelo intestino é alterada, fazendo com que ocorra uma menor absorção.
• Efeito combinado: restritivo (menos comida) + mal absortivo (menor absorção de nutrientes).

2. Sleeve gástrico (gastrectomia vertical):

• Remove-se cerca de 70–80% do estômago.
• O estômago fica com o formato de uma “manga” ou tubo.
• Efeito restritivo: a pessoa sente saciedade com pouca comida.

A resposta a essa pergunta depende do que se considere “normalmente”.

Após a cirurgia devem ser ingeridos alimentos sólidos e variados, respeitando a diversidade alimentar mas em quantidades menores. Devem ser feitas refeições com menor volume.
Para facilitar a digestibilidade dos diversos alimentos deve realizar uma correta e lenta mastigação.
Não esquecer, que tal como numa alimentação saudável e equilibrada, devem ser evitados alimentos com açúcar refinados e ricos em gordura, tal como bebidas gaseificadas. Não esquecer que as bebidas alcoólicas são fontes de calorias pelo que também devem ser evitadas.

A suplemetação vitamínica e mineral deve ser iniciada logo após a alta hospitalar e deve ser mantida de forma vitalícia, com excepção de situações com contraindicações clínicas.

A cirurgia pode levar à remissão da Diabetes tipo 2 em muitos casos, mas não é considerada uma cura definitiva. Em pessoas com obesidade e diabetes tipo 2, esta cirurgia melhora de forma muito significativa o controlo da glicemia (açúcar no sangue), e em grande parte dos casos permite reduzir ou mesmo suspender a medicação para a Diabetes tipo 2. Esta melhoria pode surgir poucos dias ou semanas após a cirurgia, mesmo antes de haver uma perda de peso significativa. No entanto, é importante compreender que a Diabetes tipo 2 pode voltar ao longo dos anos, sobretudo se houver reganho de peso ou se não forem mantidos hábitos de vida saudáveis, sendo o acompanhamento regular essencial, mesmo que as glicemias normalize.

Muitos fatores podem aumentar a hipótese de ficar sem Diabetes tipo 2 a longo-prazo e manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos valores normais sem medicação, nomeadamente:

• Aderir ao plano e acompanhamento da equipa multidisciplinar, mantendo um estilo de vida saudável: o fator mais importante de todos;
• Idade mais jovem no momento da cirurgia;
• Menor duração da Diabetes tipo 2, sobretudo há menos de 5 anos;
• Não precisar de insulina antes da cirurgia;
• Maior perda de peso alcançada de forma saudável, após a cirurgia.

Depois da cirurgia, o corpo passa por várias alterações hormonais e metabólicas. Por isso, o acompanhamento pela equipa multidisciplinar é essencial para garantir uma recuperação segura, prevenir carências e manter os benefícios da cirurgia a longo prazo, através da procura ativa por sinais e sintomas específicos e da vigilância por análises de sangue que avaliem:

• Controlo da Diabetes tipo 2 (incluindo, se necessária, a vigilância diária das glicemias, através da máquina de medição – glucómetro)
• Função tiroideia e de outras hormonas
• Vitaminas e outros nutrientes, sobretudo ligados ao metabolismo do osso

Este equilíbrio é essencial não só para a perda de peso saudável, mas também para manter os resultados a longo prazo, preservar a massa muscular, evitar complicações e promover uma melhor qualidade de vida.

Através do fornecimento de estratégias práticas de adaptação, gestão emocional, treino de novos hábitos, motivação e apoio no desenvolvimento de uma relação mais equilibrada com o corpo e a alimentação.

Porque ajuda o paciente a estar preparado emocionalmente, com expectativas realistas e motivação para as mudanças que a cirurgia exige, garantindo ao mesmo tempo que essa transformação seja sustentável e equilibrada, promovendo a construção de uma vida mais saudável.