Osteoporose: Um inimigo a combater

Estima-se que a osteoporose afete cerca de 500 mil portugueses. Uma em cada duas mulheres e um em cada quatro homens poderão sofrer alguma fratura no decurso da doença ao longo da vida.

A osteoporose caracteriza-se pela redução da massa óssea e deterioração da arquitetura do osso, conduzindo ao aumento do risco de fratura. Estas resultam de traumatismos de baixa energia, a maioria das vezes causados por uma queda. No caso das fraturas vertebrais habitualmente não existe traumatismo evidente.

Sintomas

A osteoporose habitualmente progride sem qualquer sintoma ao longo dos anos até ao aparecimento da primeira fratura. Estas surgem após pequenos traumatismos (especialmente das vértebras, anca e punho) e em casos graves mesmo pequenos esforços podem condicionar fraturas. Associadamente pode surgir dor nas costas de forma súbita, intensa e sem razão aparente.

Além disso, pode manifestar-se pelo aparecimento de alterações no corpo, como a perda de altura superior a 2,5 centímetros, o aparecimento de cifose (curvatura acentuada das costas) ou de ombros descaídos para a frente e consequentemente a cintura mais larga e o abdómen mais proeminente.

Fatores de Risco

Além da osteoporose ser mais frequente nas mulheres pós-menopáusicas e nos idosos (idade superior a 65 anos) existem outros fatores de risco que aumentam a sua probabilidade e o risco de fraturas, tais como:

  • Raça caucásica ou asiática;
  • Antecedentes familiares; 
  • Estatura baixa;
  • Magreza excessiva;
  • Dieta pobre em cálcio;
  • Fraturas prévias;
  • Tabagismo;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Consumo de fármacos (exemplo: cortisona, heparina, antiepiléticos);
  • Vida sedentária e/ou imobilização prolongada;
  • Algumas patologias (exemplo: hipertiroidismo, hiperparatiroidismo primário, hipogonadismo);
  • Menopausa precoce (< 40 anos);
  • Risco de quedas.

Prevenção

A sua prevenção tem como objetivo evitar o seu aparecimento e/ou a sua progressão, intervindo de formar precoce nos fatores de risco modificáveis:

  • Dieta e/ou suplementos com aporte adequado de cálcio, vitamina D e proteínas;
  • Evicção do tabaco, álcool, cafeína e sal;
  • Incentivar a atividade física e exposição solar adequadas;
  • Programas adaptados de marcha, fortalecimento muscular, postura e equilíbrio sobretudo nos idosos com risco de queda elevado;
  • Evicção de quedas.

Diagnóstico

Visto que os sintomas apenas surgem numa fase muito avançada, um diagnóstico precoce é essencial para que se possa impedir a sua progressão e evitar o impacto desta doença. Assim, todas as mulheres pós-menopáusicas e todos os homens com mais de 50 anos devem ser questionados quanto à existência de fatores de risco e avaliar os sinais que façam suspeitar de osteoporose ou de fraturas.

Relativamente aos exames complementares de diagnóstico, a densitometria óssea permite quantificar a densidade mineral óssea por absorciometria radiológica de dupla energia (DEXA), que está diretamente relacionada com a massa óssea. Este exame é não invasivo, indolor e rápido. A densitometria é recomendada em mulheres depois dos 65 anos e nos homens depois dos 70, ou em ambos os casos depois dos 50 anos se existirem fatores de risco. Se apresentar alterações é fundamental uma avaliação laboratorial para identificar as causas mais frequentes de osteoporose secundária ou outras causas de fratura e uma radiografia da coluna dorsal e lombar para verificar a existência de deformação vertebral.

Tratamento

O tratamento da osteoporose tem intervenções não medicamentosas e medicamentosas. A intervenção não medicamentosa passa pelo exercício físico regular e exposição solar e as intervenções medicamentosas pela utilização de fármacos que auxiliem no aumento da massa óssea e suplementos de cálcio e vitamina D e no tratamento da dor com analgésicos.

Os fármacos que aumentam a sua massa óssea (bifosfonatos, moduladores seletivos dos recetores estrogénicos, calcitonina, ranelato de estrôncio, paratormona e denosumab) reduzem o risco de fratura. Alguns deles atrasam a perda de osso e outros aumentam a sua formação.

Os suplementos de cálcio e vitamina D são úteis sobretudo se a alimentação não tiver o aporte de cálcio necessário.

A osteoporose é uma patologia que aumenta o risco de fraturas e consequentemente associada a grande sofrimento e degradação funcional. A prevenção e diagnóstico e tratamentos precoces são os pilares fundamentais a intervenção desta doença.

Fontes:  Associação Nacional contra a Osteoporose

              Direção Geral de Saúde

              Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas

              Sociedade Portuguesa de Reumatologia

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