Consciencialização sobre a Escoliose

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a escoliose afeta 2 a 4% da população mundial.
Caracteriza-se por uma inclinação lateral da coluna, com rotação das vértebras.
Pode afetar pessoas de todas as idades, mas surge, habitualmente, entre os 9 e os 15 anos.

Os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento são:
• A idade (9 a 15 anos);
• O género (8 em cada 10 casos, são do género feminino);
• História familiar (fatores hereditários).

A curvatura da coluna é considerada escoliose sempre que o desvio, verificado num raio-X, é igual ou superior a 10 graus. Esta curvatura anormal pode ser em forma de C (uma curva) ou em forma de S (duas curvas).

O diagnóstico é realizado através de um exame físico e do recurso a raio-X, TAC ou ressonância magnética.

Tipos mais comuns de Escoliose

Existem vários tipos de escoliose. A sua classificação baseia-se, essencialmente, na causa associada e na idade em que se inicia o seu desenvolvimento.

Escoliose idiopática: sem causa conhecida. É o tipo de escoliose mais comum, correspondendo a 80% dos casos.
Escoliose congénita: relacionada com malformações desde o nascimento.
Escoliose pós-traumática: que ocorre na sequência de fraturas ou outras cirurgias.
Escoliose degenerativa: que resulta do desgaste da coluna vertebral.
Escoliose neuromuscular: secundária a sequelas de doenças neurológicas e/ou musculares.
Escoliose secundária: que ocorre na presença de outra doença.
Escoliose postural: que se desenvolve a partir de vícios posturais.

Os sintomas da escoliose variam consoante a gravidade da curvatura da coluna vertebral.

Nos casos ligeiros, verifica-se:
• Diferença visível na altura da anca e do ombro.
• Uma ou ambas as ancas levantadas ou notavelmente altas.
• Ombros desiguais, em que uma ou ambas as omoplatas podem se encontrar sobressaídas.
• Assimetria entre as alturas da caixa torácica em ambos os lados.
• Cintura aparentemente irregular.
• Mudanças na aparência ou na textura da pele sobre a coluna vertebral, como, covas, manchas com pelos ou diferenças de cor.
• Inclinação do todo o corpo para um lado.

Nos casos mais graves, os sintomas podem incluir:
• Dores de costas.
• Incapacidade para se permanecer na posição de pé.
• Dor nas pernas, dormência e/ou fraqueza devido à irritação da raiz nervosa (radiculopatia), ou pressão nos nervos da coluna lombar.
• Perda de altura em adultos.
• Disfunção urinária ou intestinal em casos mais graves.

Tratamento da Escoliose

Os casos de escoliose ligeira podem não necessitar de tratamento. É realizada uma vigilância através de consultas e exames periódicos, para assegurar que não existe agravamento.
Quando a escoliose começa a provocar uma deformidade percetível ou existe alto risco de isso acontecer, o médico pode prescrever um colete ortopédico (órtese) para evitar o aumento da curvatura e assim ajudar a manter a coluna reta. Este colete é, habitualmente, usado pelo adolescente até atingir a maioridade esquelética total.
Em simultâneo, é frequente o recurso à fisioterapia para ajudar a prevenir o agravamento da deformação.
Nos casos mais graves, pode ser necessário o recurso à cirurgia com o objetivo de ligar as vértebras (fusão espinal).
Ao interferir na autoimagem e na autoestima dos adolescentes, é muitas vezes aconselhável o acompanhamento psicológico (psicoterapia).

Prevenção da Escoliose

A maioria dos casos de escoliose não pode ser evitada, à exceção da que está relacionada com a osteoporose.
Não existem evidências científicas de que a melhoria da postura ou a realização de exercícios evitem o seu aparecimento. No entanto, os casos provocados por fraturas da coluna vertebral podem ser prevenidos com a adoção de determinadas medidas:
• Suplementação com cálcio e vitamina D para aumentar a massa óssea e fortalecer os ossos.
• Realização de exercícios regulares para suportar o peso.

Em certos casos, a deteção precoce da escoliose pode ser importante para impedir o seu agravamento.
Manter uma boa postura, realizar exercícios de fortalecimento muscular das costas e praticar Yoga ou Pilates não curam a escoliose, mas podem aliviar a sintomatologia.

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