As crises epiléticas são manifestações clínicas de descargas elétricas anómalas e transitórias de um grupo ou da totalidade dos neurónios, resultante de processos complexos que ocorrem nessas células cerebrais e respetivas redes. Clinicamente, as manifestações das crises dependem das áreas cerebrais onde estão afetadas as redes neuronais, sendo estereotipadas num mesmo doente e de curta duração.
A epilepsia ocorre em todas as idades e tem um largo espetro clínico, com síndromes bem identificados, que combinam as características das crises, idade de início, etiologia, evolução e resposta terapêutica. A epilepsia não é uma doença hereditária, embora nalguns síndromes mais raros haja alterações genéticas. Pela sua grande heterogeneidade existe uma classificação internacional da epilepsia e das crises epiléticas, com o objetivo de enquadrar cada doente e prescrever a terapêutica mais adequada. Por isso é fundamental uma anamnese cuidadosa para correta classificação das crises, nomeadamente as inaugurais, bem como para diferenciar de outras situações que se podem confundir com crises epiléticas, como as lipotimias (desmaios) e as síncopes, o que realça a importância do tempo dedicado à consulta.
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