A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa que afeta o sistema nervoso central. Este sistema é responsável pelo controlo de todas as nossas funções motoras, sensoriais e cognitivas.

A Esclerose Múltipla afeta a mielina, uma bainha que rodeia, alimenta, protege e isola as extensões dos neurónios, permitindo a rápida transmissão de impulsos no seio do sistema nervoso central. O organismo do paciente com EM vai considerar a mielina como uma substância estranha e vai programar o sistema imunitário para a destruir.

A Esclerose Múltipla pode classificar-se em diferentes tipos, de acordo com a progressão da doença:

A. Surto-Remissão: caracteriza-se por surtos, seguidos por períodos de remissão com recuperação total ou parcial dos efeitos sentidos.

B. Secundária Progressiva: este tipo de EM inicia-se com a forma clínica de surtos, e à medida que o tempo passa instala-se uma perda gradual das funções, sendo as recuperações frequentemente incompletas.

C. Primária Progressiva: este tipo de EM não apresenta surtos, mas num período de anos vai-se instalando uma perda gradual e insidiosa das funções do corpo.

D. Benigna: este tipo inicialmente caracteriza-se por EM por Surto-Remissão, mas depois de muitos anos a incapacidade continua praticamente inexistente ou muito reduzida.

Um dos sintomas mais frequentes da Esclerose Múltipla é a fadiga. Apesar de este sintoma não ser por si só indicativo de EM, podendo verificar-se num grande leque de outras doenças, é um sintoma muito comum nas pessoas com Esclerose Múltipla, podendo prolongar-se por vários meses seguidos.

Outro dos sintomas associados à Esclerose Múltipla é a neurite ótica, uma inflamação do nervo ótico que provoca visão turva e possivelmente dor.

A perda de força muscular nos braços e nas pernas é também um sintoma comum da Esclerose Múltipla, uma vez que há uma grande probabilidade de a EM causar lesões na função motora. Os braços e pernas são geralmente as regiões mais afetadas por esta perda de força, que ocorre geralmente de forma gradual.

A EM pode também causar alteração na sensibilidade, verificando-se pele irritada, formigueiro, picadas e/ou dormência.

É comum nos pacientes diagnosticados com Esclerose Múltipla sentirem dor, principalmente na região da face, braços e pernas. As alterações a nível do trato urinário e intestinal são também um sintoma comum da EM, dificultando o controlo das secreções do organismo.

A EM pode ter também consequências a nível sexual, podendo, no caso do homem, dificultar a capacidade de ter uma ereção, e, no caso da mulher, sentir-se uma redução na sensibilidade dos órgãos sexuais, dor durante o ato ou incapacidade de atingir um orgasmo.

É muito provável que o paciente diagnosticado com Esclerose Múltiplo sofra alterações cognitivas, como problemas com a memória recente, dificuldades de concentração e em realizar várias tarefas em simultâneo. Também se verificam comummente alterações no equilíbrio e coordenação, devido a distúrbios no cerebelo.

A EM causa também alteração no humor e depressão, devido à dificuldade que existe, por vezes, em aceitar a doença e em lidar com todas as mudanças de vida que o diagnóstico implica.

Outros sintomas que se verificam geralmente no paciente com EM são tonturas, fraqueza, alterações da fala, problemas de deglutição, convulsões, tremores, problemas respiratórios e perda de audição.

Por ser uma doença crónica e degenerativa, a Esclerosa Múltipla é uma doença cujo diagnóstico tem, geralmente, um efeito psicológico negativo e forte. É essencial o paciente diagnosticado com Esclerose Múltipla ter um grande apoio de familiares e amigos, assim como se rodear de pessoas que entendam a doença e que forneçam apoio psicológico, como é o caso de associações de doentes com EM ou grupos de apoio dos hospitais, por exemplo.

A atitude positiva é um grande passo na convivência com a Esclerose Múltipla, assim como a aceitação de que, apesar de algumas capacidades poderem ser prejudicadas, é possível aprender a lidar com a doença, a relativizar os problemas e a adaptar-se às alterações na rotina.

Apesar do diagnóstico, o paciente com Esclerose Múltipla pode viver com qualidade durante muitos anos, graças a todos os tratamentos que existem hoje em dia, e que continuam a evoluir no sentido de melhorar cada vez mais o controlo da EM.

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