A Neuropsicologia relaciona a Neurologia e a Psicologia, estudando o relacionamento entre o cérebro e o comportamento humano, de forma a compreender como mudanças a nível cerebral podem causar alterações cognitivas e comportamentais.
A Neuropsicologia avalia e intervém em áreas como a memória, linguagem, atenção e regulação emocional, assim como a capacidade de raciocínio, planeamento, empatia e resolução de problemas.
Através da avaliação neuropsicológica, é possível compreender a origem cerebral de determinadas alterações cognitivas e comportamentais. seguidamente é possível criar um plano individualizado e adequado às necessidades de cada paciente, com o objetivo de recuperar ou minimizar défices, aumentar a autonomia e qualidade de vida dos pacientes.
Esta especialidade clínica complexa trata um grupo muito diverso de condições e défices. A neuropsicologia pode recuperar défices causados por lesões cerebrais, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral ou do Traumatismo Crânio-encefálico. Pode também dar um grande auxílio em caso de neoplasia ou tratamentos de radio e quimioterapia.
A Neuropsicologia tem também um papel de diferenciação entre envelhecimento normal e a existência de distúrbios neuropsicológicos. Por vezes, não é fácil distinguir os esquecimentos ocasionais de diagnósticos de doenças neurodegenerativas como a demência ou o Alzheimer. Esta especialidade pode auxiliar não só no diagnóstico destas patologias, mas também na intervenção e minimização dos seus efeitos na vida diária.
No caso de um diagnóstico de demência, por exemplo, o acompanhamento por um neuropsicólogo pode ajudar o paciente e a família a lidar melhor com a doença e pode auxiliar a retardar os sintomas e a aumentar a qualidade de vida do paciente. Também no caso de doenças desmielinizantes, como é o caso da esclerose múltipla, esta especialidade pode revelar-se muito importante, nomeadamente na intervenção no défice de atenção e memória.
Esta especialidade não se foca predominantemente em nenhuma faixa etária, tratando de casos em crianças, adultos e idosos.
No caso das crianças, por exemplo, problemas como a dislexia, a hiperatividade ou o défice de atenção são bastante comuns, e devem ser encarados com seriedade. O diagnóstico e intervenção no défice cognitivo, com treino de atenção, promoção da reflexividade e autorregulação da tarefa podem fazer a diferença na esfera educativa e social de uma criança em desenvolvimento.
Verifica-se muitas vezes que as crianças têm problemas de aprendizagem, que são atribuídos a pouco estudo ou atenção, mas que podem ter outras causas subjacentes. A discalculia (perturbação de aprendizagem nas competências aritméticas), a disortografia (dificuldade de aprendizagem das regras gramaticais) e a disgrafia (défice relacionado com a caligrafia) são alguns exemplos de alterações cognitivas que podem ser trabalhadas com o apoio da Neuropsicologia.
A Neuropsicologia pode ser útil também em situações de depressão, ansiedade e até luto.