Cancro da próstata

O tumor da próstata é o tumor mais frequente nos homens.

A maioria, surge por volta dos 66 anos, em homens sem história familiar e onde não se consegue reconhecer uma predisposição genética.
Homens de raça negra têm maior probabilidade de sofrer desta doença e de apresentar tumores mais agressivos.
Quando a doença tem relação familiar, o que acontece em cerca de 9% dos casos, tende a aparecer em homens mais novos (6 a 7 anos antes da idade habitual).
Actualmente, não são conhecidos factores ambientais que aumentem o risco de cancro da próstata, pelo que não se preconizam medidas dietéticas ou preventivas deste tipo de tumor.

A próstata é um órgão que vai aumentando de volume ao longo dos anos, pelo que com o avançar da idade podem começar a surgir queixas urinárias como:  jato urinário mais fraco, necessidade de urinar durante a noite ou de urinar frequentemente durante o dia. Estas queixas são habitualmente resultado de um aumento de volume da zona mais central da próstata e acometem a maioria dos homens a partir de uma certa idade.
O tumor da próstata tem predisposição pela zona mais periférica da próstata (cápsula prostática) e nos estádios iniciais não apresenta sintomas, sendo que estas só aparecem em estádios avançados da doença quando já existe crescimento local exuberante, invasão de órgãos adjacentes ou à distância.

O PSA, que pode ser avaliado através de uma análise ao sangue, é uma proteína produzida pelas células da próstata que pode estar aumentada em várias situações benignas (inflamação e aumento do volume da próstata) bem como em casos de doença maligna. Desta forma, quando o valor de PSA se encontra aumentado, este deve ser observado por um médico de forma a avaliar a probabilidade de existir tumor da próstata.

Quando há suspeita de tumor maligno da próstata, o diagnóstico é realizado através de uma biópsia prostática. Esta biópsia é realizada por via transretal, com ajuda de uma sonda de ecografia que permite ver a próstata e retirar vários fragmentos de tecido prostático, de forma a realizar ou a excluir o diagnóstico de tumor maligno.

O tumor da próstata tem um espectro muito grande, desde os tumores de muito baixo risco até aos tumores de alto risco e disseminados. De acordo com o valor do PSA e do resultado da biópsia, poderá ser necessário realizar exames de estadiamento: ressonância magnética nuclear, tomografia computorizada e cintigrafia óssea. Cada doente deve ser avaliado de forma individual e, após a realização dos exames necessários, devem ser discutidas as opções terapêuticas.

O tratamento deve ser adequado a cada situação e a cada doente, havendo por vezes várias opções terapêuticas que devem ser discutidas com o próprio doente. O tratamento pode passar por:

  • cirurgia, que implica a remoção da próstata e das vesiculas seminais.

  • radioterapia externa

  • braquiterapia de baixa ou de alta taxa, realizadas em casos selecionados.

  • hormonoterapia, utilizada para abrandar o crescimento do tumor através da diminuição da testosterona. Pode ser realizada conjuntamente com a radioterapia ou nalguns casos após realização de cirurgia.

Pode também ser utilizada como tratamento único ou em conjunto com quimioterapia ou com terapêuticas mais recentes, em casos onde não é possível realizar tratamento com intenção curativa.

Carina Soares
Enfermeira no Hospital de São Francisco do Porto

 

Fonte IPO Lisboa

 

 

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